Fahrenheit 451 | Ray Bradbury

  • 5/26/2020 03:00:00 PM
  • By Pastel Escritor
  • 3 Comments



 disclaimer: pode conter spoilers   

Fahrenheit 451 foi a minha sexta leitura de 2020. Eu estava meio que sedenta por distopias - e esse livro tinha tido um boom repentino nas minhas redes sociais. Já fazia um tempo que havia o adquirido, mas por motivos de força maior, não havia lido ele ainda. 

Por ser um clássico, antes de ler eu achei que ele seria um livro meio difícil, com um vocabulário intrincado. Mas eu estava enganada: o livro é extremamente simples e envolvente. Logo eu me vi presa na história, impedida de fechar o livro até que terminasse de saber o que aconteceria. 


No mundo distópico de Fahrenheit 451, as pessoas vivem da distração das televisões, que controla absolutamente o comportamento de todos. Os livros são proibidos pelo seu poder de fazer as pessoas refletirem. Logo, pessoas que são descobertas lendo são punidas e os livros, queimados pelos bombeiros, que outrora apagavam fogo, mas hoje vivem por provocá-lo.

Montag é o personagem principal dessa história. Ele é bombeiro - assim como fora seu avô e seu pai -, e cumpre sua função quase que sem questionamentos. Pelo menos até se encontrar com Clarisse, uma adolescente que o faz ver a vida com outra perspectiva, questionando o porquê das coisas. E num dia normal de trabalho, surge a questão: o que há de tão incrível nesses livros, para que as pessoas continuem correndo riscos para permanecer lendo-os?



O desenrolar da história traz imensos questionamentos. O poder da leitura, a sociedade televisionada, a importância dos livros no nosso desenvolvimento - todas essas questões são levantadas. Montag chega a parecer louco para os outros, tamanha se torna sua devoção a esses pedaços de papel. Eu, como amante de livros, me senti profundamente acuada ao imaginar um mundo onde os livros e as questões que eles trazem fossem proibidos.

No prefácio, havia ainda levantada mais uma questão que o livro trazia: ouvir uma história decorada não é a mesma coisa que lê-la. As ideias contidas nos livros não morriam pois quem os lia poderia passá-la para frente - mas até que ponto poderia haver ruído dessas informações? Essa é uma pergunta não respondida na história, mas que surge ao pensarmos em como ela continuaria.


Fahrenheit 451 é um livro genial, escrito de forma simples e envolvente. O autor, Ray Bradbury, arquitetou uma distopia que, na verdade, nos é bem real e próxima. Enquanto o hábito da leitura decresce entre as pessoas, o hábito de manter-se grudado à uma tela permanece firme - mesmo que não sejam somente de televisões. O livro, lançado em 1953, traz uma narrativa atemporal, que é ao mesmo tempo leve e pesada, com um tom agridoce que apenas bons livros conseguem produzir.

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3 comentários

  1. Quero ler esse livro desde o ano passado, mas não sei se nesse momento eu ia me sentir bem lendo hehe. Acredito que seria meio assustador. Mas, de toda forma, eu quero vou lê-lo algum dia. O tema dele é muito interessante e importar, algo a qual devemos nos atentar porque a linha para que algo assim comece a acontecer é muito tênue.

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  2. O meu primeiro contato com essa obra foi através do filme.
    Fiquei chocada quando assisti e anos mais tarde me esbarrei com essa distopia no colégio. É um livro que todos deveriam ler!

    Sai da Minha Lente

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  3. Quero ler esse livro desde o ano passado, mas não sei se nesse momento eu ia me sentir bem lendo hehe.² Eu até cheguei a ler algumas páginas mas,parei...

    https://www.ladomilla.com/

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