Cem anos de solidão | Gabriel García Marquéz

  • 7/20/2020 11:39:00 AM
  • By Pastel Escritor
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Olá, Pastelinos! A resenha de hoje é sobre esse livro que de desconhecido não tem nada - Cem anos de solidão, do Gabriel García Marquéz. Eu já o li faz um tempinho, mas não queria deixar de comentá-lo aqui para vocês. Há tempos que esse livro habitava a lista dos meus desejados; entretanto, por uma mania irremediável minha, eu não fazia ideia sobre o que ele se tratava, só que todo mundo dizia ser muito bom.
Na internet você encontra algumas informações sobre a obra que já demonstram quão grandiosa e importante foi essa obra, como por exemplo: 

é atualmente considerada uma das obras mais importantes da literatura latino-americana. [...] Foi considerada a segunda obra mais importante de toda a literatura hispânica, ficando apenas atrás de Dom Quixote de la Mancha. fonte
 (Dom Quixote de la Mancha é inclusive uma obra que eu sou doidinha pra ler o texto integral, inclusive)

Seria pretensioso da minha parte tentar resumir a história de alguma forma: são narrados, realmente, cem anos da história de Macondo, a cidade fictícia criada por Marquéz, e da linhagem dos Buendía, que nos é apresentada antes mesmo do início da leitura, com uma árvore genealógica. A história está toda contida nessa imagem - mas, sem a leitura, não somos capazes de interpretá-la.




A narração é como uma contação de história, e quanto mais você lê, mais você quer descobrir. Mas poucas páginas parecem muitas, e não de uma forma ruim: é só a passagem do tempo. Na história acontece tanta coisa que você começa a ter a sensação de que já fazem anos que está lendo o livro, e mesmo assim nunca param de acontecer reviravoltas e surpresas; pessoas vem, vão; a cidade continua lá e a narrativa segue. 

O livro é tão cheio de signos, objetos, acontecimentos e personagens que, na hora de tirar foto, eu não conseguia escolher somente uma coisa que o representasse. As descobertas que os ciganos traziam, por exemplo, marcam uma primeira parte da história, mostrando a genialidade (e a loucura) de José Arcádio Buendía, o pai, o primeiro da linhagem. A lupa, o mini-laboratório, o gelo - são todas coisas que encantam o patriarca e que vão mostrando as mudanças que aconteciam com a humanidade. 


A guerra, a revolução, as armas - tudo isso marca a segunda geração dos Buendía, principalmente do filho do meio, o Coronel Aurealino Buendía, que dedica sua vida toda a impedir os ideias conservadores de tomarem conta do país, mas termina sua história de forma pacata, produzindo peixinhos de ouro na sua oficina. Enquanto sua gigantesca vida e imagem vão se desenrolando, também acompanhamos o crescimento da terceira geração dos Buendía, que é toda dizimada por conta da guerra. 

A quarta geração é marcada pela indústria que chega à Macondo - uma companhia bananeira que mantém um regime de quase escravidão com seus funcionários. José Arcádio vê todos os trabalhadores serem exterminados após uma greve, sendo ele o único sobrevivente. todo mundo é meio surtado e misterioso. Remédios, a Bela, é quase uma entidade enviada à terra, e realmente ascende aos céus. 


A quinta geração é marcada pelos estudos - todos vão estudar fora, mas voltam por algum motivo. São levemente pretensiosos, mas cometem erros parecidos com seus antepassados, e condenam a família ao fim em sua sétima geração. 

Esse breve comentário sobre as gerações já é levemente extenuante e nem um pouco explicativo. Isso só prova a grandiosidade de Gabriel García Marquéz. Não foi por nada, afinal, que ele ganhou um Nobel de Literatura em 1982. A relação criada com a família Buendía nos traz tantas emoçõs e torna complexo resenhar uma história tão completa. Durante o livro rimos, choramos, sentimos raiva; mergulhamos num mundo que nos é, ao mesmo tempo muito próximo, extremamente distante; vemos a história do mundo retratada pela história de uma cidade que nem existe realmente. 



Cem anos de solidão é, sem dúvida, um dos melhores livros que já li. Gabriel García Marquéz sabia como prender um leitor, e contava histórias de um jeito único e precioso. Não vejo a hora de prosseguir na leitura dos livros dele. 

Porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra.

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