Reino de Cinzas | Sarah J. Maas

  • 6/06/2020 11:54:00 PM
  • By Pastel Escritor
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Reino de Cinzas é o sexto -  e último - livro da série Trono de Vidro que chegou para trazer o tão esperado desfecho de uma das minhas heroínas favoritas, repleto de situações que fazem o coração quase pular do peito, esse livro entregou o que prometeu e me fez terminar com aquele sentimento de realização e confusão que somente a Sarah sabe fazer.

Nessa resenha vai ter spoiler dos livros anteriores, então se você ainda não leu é uma boa voltar outra hora!

Uma princesa que viveria por mil anos.
Deveria ser uma dádiva.
Mas agora é sua maldição. 

Esse livro me surpreendeu quando chegou em casa e eu percebi que tinha quase mil páginas, acredito que essa tenha sido a maior quantidade que já li em tão pouco tempo e desejei aproveitar a todo momento esse final que tanto esperei. Outro ponto que preciso deixar claro aqui, eu acompanho essa série de livros desde 2014, então talvez as emoções sejam um pouco exageradas por aqui.



Temos uma narrativa feita por vários dos protagonistas da série e um livro divido em duas grandes partes, até que por fim as histórias possam se cruzar de alguma forma. Aelin - a rainha herdeira de Terassen - tem a maioria deles, e logo no início da história me fez sofrer de uma forma inexplicável e eu só queria salva-la.

Terminamos Império de Tempestades - livro 5 - com a nossa protagonista sendo levada por Maeve em um caixão de ferro e deixando Lyssandra em seu lugar para que a metamorfa pudesse tomar conta de seus exércitos junto de seu primo Aedion, enquanto Dorian e Manon iam em busca da terceira chave Wyrd e Aelin tentava evitar o massacre quase inevitável de seu povo e suas terras. A Princesa que Foi Prometida.

Por Terassen, por seu povo, o qual ela abandonara, deixando-o para que suportasse o próprio tormento durante 10 longos anos. Devia aquilo a eles.
Por todo o continente temos vários núcleos de personagens que caminham para no fim enfrentar o rei sombrio e acabar com o sofrimento de suas terras e seu povo, em busca de um mundo melhor para se viver.

Uma coisa é certa, eu jamais conseguiria exprimir em palavras tudo o que essa série significou para mim, ela me acompanhou por 6 longos anos, assim como a escrita da Sarah, o desenvolvimento da história e dos personagens eu sei o quanto essa história também me mudou, o quanto esse livro com tantos personagens - principalmente mulheres - fortes, destemidas e guerreiras foram importantes para que eu pudesse então mudar. Nós não temos deuses aqui, temos personagens que erram, que pensam, que sofrem e que amam e acredito que isso seja essencial.

Nós temos uma mitologia muito bem elaborada, uma jornada do herói que em diversos momentos nos faz pensar se de alguma forma essa história vai acabar bem. Lá no início temos a Celaena, uma personagem que já passou por tantas situações sem saber o que ainda estava por vir e o que estava prometido para o seu futuro, crescer e aprender com ela é algo que eu não pensei que fosse acontecer. Essa é uma história com muitos casais - isso é fato - mas eu considero que seja muito mais uma história de fantasia do que um romance, toda a questão da guerra, do território, dos curandeiros, do direito ao próprio corpo vai muito além do que eu posso sequer tentar descrever.




O Rei Dorian é de longe um dos meus personagens favoritos, meu coração dói de pensar em sua história, a relação com o seu pai e tudo o que levou Adarlan a ser tomada e como ele precisaria agir para que as coisas voltassem a talvez ter um rumo, eu admiro muito a amizade dele com a rainha Aelin e o Lorde Chaol, desde o início eu sabia que eles tinham um grande caminho e desenvolvimento pela frente, assim como seus companheiros.


Apenas com ela, Dorian não precisava dr explicações. Apenas com ela não precisava ser um rei, ou nada além do que era. Apenas com ela não havia julgamento a respeito do que tinha feito, de com quem fracassassem, e o que talvez ainda precisasse fazer.

Manon Bico Negro a última rainha herdeira das Dentes de Ferro e Crochan, meu deus como eu amo essa mulher e tenho vontade de proteger ela de todo o sofrimento do mundo, mas a gente sabe que não é bem assim que as coisas funcionam, então eu apenas desejei a todo momento que ela pudesse se tornar a melhor versão de si mesma e que isso a fizesse feliz. O arco da bruxinha de cabelos brancos e das 13 é extraordinário e me deixou sem palavras por muito tempo.

Então Manon cutucou Abraxos e ele saltou para o céu, com as Treze seguindo.
Não uma filha da guerra.
Mas da paz.

Yerene Westfall a esposa de Chaol - esse é um casal que amo tanto - e uma das esperanças contra o rei sombrio tem um papel ainda mais importante do que em Torre do Alvorecer e nem de longe passa despercebida e seu encontro com a rainha Aelin é de encher os olhos, pensar em como a vida de ambas se cruzou muito tempo antes até que pudessem enfim se encontrar ali, buscando um mundo melhor para que pudessem viver.

- Não precisa se incomodar em provar meu valor para ele - comentou Yrene com os olhos gélidos fixos no pai de Chaol - Sei muito bem o quanto sou talentosa. Não preciso de benção.

E Yerene, você não precisava mostrar o seu valor e isso só ficou mais claro a cada página em que eu te encontrava e via a sua luz, que nem mesmo Erwan poderia apagar.

Rowan, sendo um guerreiro féerico que viveu por muitos anos tem um papel grandioso, não só como consorte e marido de Aelin, mas como comandante e amigo fiel para aqueles que precisaram em todos os momentos, alguém que confia e se entrega, que vai até o fim para que aqueles que tanto ama saibam que ele está lá, lutando e honrando-os.

Aelin e Dorian tiveram seus futuros planejados e pensados por deuses que há muito tempo se foram, a missão de forjar um fecho para que enfim Erwan pudesse ser derrotado, fazendo com que assim um dos dois deixasse esse mundo para que os outros pudessem viver, que tipo de acordo é esse que tem como objetivo ferir aquele que se ama?

Há um mundo melhor lá fora. E eu lutarei por ele.

Esse livro é cheio de batalhas sem fim, caminhando por todos os lados. Quando alguns capítulos eram finalizados eu tinha mini infartos esperando o que ia acontecer, o que poderia nos tirar do fim inevitável, que luz de esperança nos tiraria daquele desespero. Senti todo o sofrimento e o fio de esperança que emanava de Lyssandra e sua protegida, a forma como uma promessa de um mundo onde fosse possível viver era forte para manter uma corte e um povo de pé até seu último suspiro.

Elide e Lochan em seu momento grandioso nessa história me arrancaram lágrimas de uma forma que eu não pensei ser possível, senti tanto desespero e tensão que foi preciso muito tempo para respirar e entender o que todos aqueles sentimentos queriam dizer e como a força pode vir e nos guiar quando o mundo está prestes a explodir em chamas.

Aqui temos uma promessa, uma luta - dizer uma é quase eufemismo -, temos a esperança repleta de medos e incertezas, o enfrentamento de inúmeras coisas que foram deixadas para trás e um desfecho de partir e acalentar o coração, deixando um vazio e um sentimento de saudade que é difícil explicar.

- A batalha não será bonita - observou ele, quando Evangeline tomou o leite - e você provavelmente vomitará de novo. Mas lembre-se de que esse seu medo significa que tem algo pelo que lutar, algo com o que se importa tanto ao ponto de não conseguir imaginar a vida sem isso.

Coração de Fogo, você estará para sempre em minha história, obrigada por tudo.

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