Passarinha | Kathryn Erskine

  • 8/27/2020 02:38:00 PM
  • By Pastel Escritor
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Hoje estou aqui para falar um pouco sobre esse livro que nos últimos dias deixou o meu coração quentinho, acabei descobrindo ele por meio de uma amiga e sou muito grata a ela por ter me apresentado uma história tão bonita como essa. 

Em Passarinha, Kathryn Erskine aborda temáticas que atualmente geram grandes discussões de uma maneira tão leve e fluida que é difícil conseguir parar de ler.

Antes de começar, você sabe o que é a Síndrome de Asperger? de forma bem sucinta, é um transtorno identificado pelo DSM-V (um manual disgnóstico) que tem diversos graus e pode afetar a capacidade de desenvolvimento voltado para a fala e a socialização. 

Nossa personagem principal é a Catlin, uma menina de 11 anos que narra a sua história. Após um atentado na escola, ela perdeu seu irmão e todos na comunidade onde ela e seu pai moram foram afetados pelas consequências. Há um clima pesado no decorrer da história, pois vemos como o luto afeta as pessoas de forma diferente e como a busca por um desfecho após uma situação como essa pode se mostrar bem mais distante do que parece.


Acho que vai doer. Mas talvez depois da dor eu consiga fazer uma coisa boa e forte e bonita de tudo isso.

Catlin está dentro do espectro de Asperger, na escola onde estuda ela tem o acompanhamento quase diário de uma terapeuta/psicóloga que a auxilia em sua jornada para que possa fazer amigos e compreender e se relacionar melhor com as outras pessoas. Esse livro foi surpreendente em alguns pontos por tamanha humanidade e sentimentalismo de formas que eu não sei explicar. 

Nós acompanhamos a Catlin em sua relação com o pai após a morte do irmão, como ela nos diz é muito complexo para ela identificar os sentimentos e se as pessoas não explicam ou são claras ela fica um pouco perdida quanto ao real significado das coisas. 

A sua relação com o mundo é muito pura, ela compreende que precisa se abrir para que as pessoas se aproximem, porém percebemos ao decorrer da leitura como as outras pessoas muitas vezes a enxergam como alguém muito diferente e que não cabe em certos lugares, o que dói no coração perceber como a exclusão começa ai desde pequeno. 



A narrativa nos faz pensar junto com a Catlin como muitas coisas são injustas, como a solução para as coisas nem sempre está clara ou ao nosso alcance, é preciso ter calma e saber se colocar no lugar do outro para que assim as coisas se tornem minimamente mais fáceis de lidar e de compreender. 

Embora eu achei que não iria gostar da empatia ela é uma coisa assim que chega sem avisar e faz você sentir um calorzinho gostoso no coração. Acho que não quero voltar para uma vida sem empatia.

Eu poderia escrever muitas coisas sobre esse livro e mesmo assim não seria suficiente, e se estiver em dúvida sobre ler ou não, pode ter certeza de que esse livro não vai decepcionar, é uma lição de vida em uma das melhores formas em que eu poderia encontrar. 

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