Homenagem do Pastel aos Professores

  • 10/15/2015 09:03:00 PM
  • By Pastel Escritor
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Olááááááá Pastelinos! Hoje é um dia mais que especial. É o dia dos professores. Dia daqueles que nos ensinaram a ler, a escrever e a aperfeiçoar a cada dia o nosso talento independente de quais sejam eles.
Nós, membros do Pastel, quisemos fazer uma homenagem a essas pessoas maravilhosas que passaram ou que ainda irão passar pelas nossas vidas, e escrevemos dedicatórias pelo grande carinho, amor e coragem que nos transmitem a cada dia e que ainda irão nos transmitir.
Professor, sua força e determinação nos torna cada dia mais capazes!

"Mais que lecionar. O professor é responsável por criar pessoas melhores. Não apenas inteligentes em teorias já comprovadas, mas sim capazes de formar seus próprios conceitos e ideias sobre o mundo à sua volta.
Médicos, engenheiros, escritores ou matemáticos. Todos foram formados por professores, que depositaram todo o seu amor e dedicação na arte de ensinar. Ser professor é ter amor à sociedade e em ajudar o próximo.
Ser professor é ser o mestre de todas as outras profissões.
É transmitir e adquirir conhecimento, libertando o mundo da prisão da ignorância.
Valorize-o não apenas hoje, pois todo dia é dia do professor.
Porém, neste dia em especial dê os parabéns a aquele que o ajudará a trilhar as estradas de seus sonhos.
Deseje a eles um feliz dia dos professores!"
— Edy Milani


"Quem educa com dedicação
Transmitindo sabedoria,
Por honra a uma só profissão
Que escolheu ser sua um dia…
Quem procura sempre soluções
Para problemas dos seus alunos
E se empenha sem distrações
Nos momentos mais oportunos…
Merece a nossa maior gratidão
Por fazer tudo com tanto amor
E que lhe desejem de coração.
Um Feliz Dia do Professor!"
— Autor desconhecido

Aqui vai um relato feito com todo o amor do mundo: 

"O que aprendi nas aulas de Geografia
No meu primeiro ano na atual escola, eu lembro que era um aluno bem mediano. Tirava notas boas em algumas matérias e notas bem baixas nas outras. Estava começando a desenvolver predileção por algumas matérias e me aplicando mais nelas, enquanto pegava ódio de outras. Estava no oitavo ano nessa atual contagem e no sétimo, na contagem antiga, na temida Sétima Série.
As minhas matérias favoritas eram História e Geografia e, como é costumeiro, acabei desenvolvendo uma relação a mais com os professores delas. O professor de História, Ronaldo, era um cara super tranquilo, sem muitos excessos. Era velho e a barrigudo - aliás, os professores de ambas eram - mas só Ronaldo tinha aqueles óculos retangulares menores que seu olho e um chapéu na cabeça, sempre diferente.
Mas o professor que realmente vai importar para essa história é o de Geografia, o Arthur. Ele sim era uma figura: um homem velho, barrigudo e cheio de manias. Gostava de chamar as atenções sempre para ele e das maneiras mais estranhas possíveis. Uma vez, por conta do excesso de sono, me deixei dormir durante sua aula e acordei com um baque muito alto em cima da minha mesa e o grito que lhe era bem peculiar.
— ACORDA ALUNO! ACORDA! - ele gritava e dava um tapa na minha mesa.
Ele era conhecido, também, por jogar giz branco - porque na minha escola ainda se usa quadro negro - em cima dos alunos que conversavam e contar histórias sobre como havia recebido um tiro na Segunda Guerra Mundial. Claro que nenhuma dessas histórias era verdadeira, ele não era tão velho assim, mas se fazia para chamar mais atenção dos seus alunos e poder efetivar a paixão da sua vida que era dar aula.
No dia em que ele me acordou com um tapa na mesa, numa cena que ele sempre repetia quando seus alunos estavam dormindo em sua aula, após me acordar ele se sentou na sua mesa e suspirou. A sala toda fez silêncio e quase pudemos sentir o quanto ele estava chateado.
— Gente - ele disse -, vocês não sabem o quanto isso me atinge, quando os senhores não prestam atenção em mim. Eu gosto tanto de estar aqui na sala de aula ensinando e a única coisa que peço em retribuição é atenção. Sabe, eu já sou velho. Estou dando o tempo que eu poderia estar curtindo meu filho aqui nessa matéria. Eu só quero que os senhores prestem atenção em mim. Pode ser?
Todos disseram que sim. Nunca havíamos visto o professor Arthur daquela maneira antes.
E nunca mais veríamos mesmo.
No outro dia, tínhamos uma aula com ele, no segundo tempo. Depois da explosão que ele havia tido com a turma por minha causa, não ousei esquecer nem o incômodo livro nem o atlas que ele tanto gostava que trouxéssemos. Eu não levava pelo peso extra na minha mochila, mas nesse dia eu simplesmente não podia deixar de levar; não estava certo.
Logo depois que bateu o sinal, eu coloquei o livro na mesa e o caderno do lado, esperando que ele visse que eu havia trazido tudo o que devia daquela vez. Ele gostava de fazer esse tipo de comentário para a turma, quando notava. Na cabeça dele, era estimulante; na nossa, humilhante, mas deixemos essa questão de lado.
E então entra um sujeito que nunca vimos na vida. Outro velho, bem parecido com Arthur, mas ainda maior e com um defeito qualquer na língua que o impede de falar direito. Não sei muito bem como seria ter uma aula com ele e, nesse momento, estou praticamente implorando que não tenha.
Depois da apresentação de classe, coisa que só tem na minha escola, o homem se posta no centro da sala e começa:
— O professor Arthur não veio hoje. Ele não avisou a ninguém que não vinha de maneira que estou aqui perdendo o meu dia de folga para substituí-lo. A escola está tentando descobrir o que aconteceu, mas não tem nenhuma informação até agora.
Nesse momento ele faz uma pausa, arqueia uma sobrancelha e revira os olhos percebendo que a turma simplesmente não ouviu o que ele falou. Estão quase todos conversando num burburinho comedido. Ele pigarreia e prossegue.
- Quanto a vocês, façam o que quiserem, mas não aumentem muito o som do barulho para que não me incomodem na minha leitura. Obrigado.
Eu guardei o material e fui para o meu grupo de amigos para conversar e planejar o que fazer no recreio. Eu até tinha um livro guardado na bolsa, mas não estava muito a fim de ler.
Nesse momento entra um Ronaldo que eu nunca havia visto antes. Ele está completamente transtornado e entra na sala sem sequer pedir licença a ninguém enquanto uma das professoras mais rígidas da escola para na porta, com cara de choro. A sala se silencia. Ele sussurra alguma coisa no ouvido do professor substituto que faz uma cara de espanto e baixa os olhos. Ronaldo sai da sala, acompanhado da professora e deixa o substituto aturdido e espantado. Todos nós olhamos para o professor tentando entender o que está acontecendo.
Mas na verdade não precisa dizer. Está mais do que claro. A tensão fala por si própria.
O substituto até tenta engatar em um discurso, mas não consegue. Ele se desculpa com a turma e fala a frase que eu mais temia ouvir: “Arthur morreu”.
Não posso dizer exatamente como eu me senti quando ele disse aquilo. Foi inesperado, mas ao mesmo tempo eu já sabia. Claro que já sabia, não era do feitio dele faltar às aulas. Ele vinha mesmo doente, todos sabíamos. As lágrimas vieram na hora, claro. Eu nunca mais iria tomar esporro dele de novo. Nada de palmadas na mesa, nada de me preocupar com o livro, nada de humilhação estimulante. Nada de nada.
Alguns alunos foram convidados para ir ao enterro do professor Arthur e eu fiz questão de que meu nome estivesse entre eles. Eu precisava me despedir daquela figuraça que eu tinha tido o maior prazer de conhecer e me afeiçoado tanto ao longo daqueles quatro meses que fui seu aluno. Escrito assim, quatro meses pode não parecer nada. Mas acredite: quando se está perto de alguém tão único, quatro meses são bastante coisa.
Então lá estava eu, em um cemitério ao lado do judeu, no Centro do Rio de Janeiro, indo velar um dos meus professores favoritos. Quando me aproximei do caixão, as lágrimas vieram mais uma vez. Eu quase não podia acreditar que aquele era o meu professor.
Mas num relance, eu vi um homem, ao lado do caixão, que era a cópia do meu professor. Mesma altura, mesmo rosto, mesmo tudo. A única diferença era a quantidade de cabelo, o homem era ainda mais calvo que meu finado professor. Eu tive que olhar mais uma vez para o caixão para me recuperar da estranheza da cena.
O homem olhou para mim e se apresentou. Era o irmão do Arthur. Não me recordo do nome dele, mas me recordo da cena como se tivesse acontecido ontem: o homem segurou minha mão, me deu um abraço e disse:
— Você era aluno de meu irmão, não é? Vocês não sabem o quanto ele adorava dar aulas para vocês. Era tudo para ele. Depois que ele perdeu a mulher, que Deus a tenha assim como tenha meu próprio irmão, ele transformou isso em seu objetivo de vida. Ele realmente amava o ofício e dava o melhor de si para ele.
“Eu só peço que você dê valor a ele. Não se esqueça nunca do que ele te ensinou e o honre com suas notas agora que você vai trocar de professor. Isso era tudo o que importava para ele e é assim que você pode fazê-lo feliz, lá do céu.”
E agora, ele olha para mim e segura meu rosto.
— Você promete que vai fazer isso por ele?
Eu assinto com a cabeça e recebo mais um abraço.
Quando desatamos do abraço, dei uma última olhada para meu professor enquanto o seu caixão foi fechado.
Quando eu recebi a proposta da Hemilly de escrever um texto do dia dos professores, essa história me veio a mente e eu decidi que ela precisava ser contada. Eu vejo o professor Arthur, hoje, em todos os meus professores. Todos eles dão, diariamente, a sua vida pelo ofício, sua voz, seu tempo, sua paciência, sua preocupação, tudo.
Foi nas aulas de Geografia do professor Arthur que aprendi bastante sobre os relevos do nosso planeta ainda mais sobre valorizar. Foi com a morte dele que eu aprendi a realmente admirar o trabalho dentro de uma sala de aula. Aprendi que um professor é um ser muito além do que vemos na frente de um quadro negro.
Ensinar é disseminar conhecimento, é trazer crescimento e luz para as outras pessoas. É trazer as boas novas da ciência, tentar montar um futuro melhor para todos e trazer esperança no futuro. Ensinar – e foi o professor Arthur que me ensinou isso – nada mais é do que um ato de amor.
Um amor bem mais complexo do que estamos acostumados, mas ainda assim, amor.
Feliz dia do professor."
— João Pedro

E é com rimas que venho parabenizar aos mestres do saber, aqueles que sofrem na pele as injustiças de um sistema falido e opressivo, que são as verdadeiras Excelências as quais devemos render o tratamento. Parabéns, professores!

Caro Professor,
Por que andas tão calado?
Está angustiado?
É o ofício mal remunerado, ou o sujeito mal-educado?

O que te angustia?
Que lhe tira a alegria,
Nesta classe vazia,
Fria, fria e fria.
Caro professor,
Que tamanha a sua dor!
Tu sim és digno,
De ser chamado de doutor.
Essa vida ingrata,
Valoriza só as gravatas.
E quem de fato merece respeito,
É tratado com desfeito.

Pobre professor,
Conheço bem a sua dor.
Na labuta um amor,
Leciona aonde for.
Que bobagem é essa,
De ter um dia pra se comemorar?
Todo dia é seu dia!
Devemos sempre afirmar.
Não há balas, não há canhões,
Cassetetes ou prisões,
Que irão nos calar!
É contra isso que devemos lutar.
Caro professor,
Peço desculpas pelo Governador.
Eu me envergonho,
Por ele ser tão sem pudor.
Finalizo com um pedido,
Seja firme, nunca vencido!"
— Rafael Freire

"Eu sempre admirei muito aqueles que sempre estavam dispostos a me ensinar algo, e me fazer ver o mundo que eu conheço de uma forma totalmente nova e diferente. Os professores não me ensinaram apenas a ler ou a escrever, me ensinaram de certa forma a lutar e a viver, por mais que os momentos na sala de aula pareçam ser momentos de tortura, eles não nos ensinam somente na sala de aula. O ensino dos professores vai muito além da sala de aula."
— Hemilly

"Hoje é dia do professor. 
Durante os últimos minutos, estive me perguntando o que eu poderia dizer para dar os parabéns para aqueles que exercem essa profissão, que é a base de todas as outras.
Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que é impossível agradecer e homenageá-los da forma como merecem; não existem palavras bonitas o suficiente para isso. Mas, mesmo sabendo que é impossível, tal dificuldade não me impede de tentar. E há maneira mais bonita que mostrar a vocês, leitores, o porquê de eu admirar tanto do meu professor favorito?
Primeiro preciso fazer uma confissão: eu não gostava das matérias dele (ele ensina duas). Preferia que martelassem meus dedos sem anestesia ao invés de ler um parágrafo do livro de filosofia, ou que me dessem ácido para beber, mas que, por favor, não me obrigassem a dar uma olhada no que aprendíamos em sociologia. Eu não conhecia as matérias direito, mas me achava no direito de não gostar delas, mesmo que gostasse bastante de ouvir o professor falando sobre. O que me fez mudar? Um trabalho de pesquisa.
O trabalho consistia em apresentar as características socioeconômicas e culturais da Colômbia, país que tinha sido sorteado para meu grupo num projeto de espanhol. Como todos os outros grupos, nós optamos por levar comidas típicas. O café é bem presente lá, então eu decidi juntar ele com a única coisa que eu sei fazer na cozinha: brigadeiro.
Não me pergunte o porquê, mas saber que o meu professor tinha falado desse tal brigadeiro de café em outra sala me fez ficar muito feliz. E, nessa graça, comecei a dar brigadeiro para ele todo dia. E a prestar mais atenção nas aulas. E a ler os livros de filosofia e sociologia – me iludindo achando que gostava mais da primeira, quando na verdade eu só não queria admitir que tenho amor por sociologia -, e gostar de verdade nas matérias. A participar das aulas (é a única aula além de língua portuguesa que eu me atrevo a erguer a mão e falar algo), algo que eu nunca pensaria em fazer.
Com isso, eu comecei a conhecer mais o meu professor. E a me “apaixonar” por basicamente tudo que ele faz, porque ele é maravilhoso. Eu acho incrível o jeito como ele dá aula; em como ele consegue passar para nós a loucura que todo filósofo carrega; em como ele nos diverte com piadinhas nas horas certas; em como ele demonstra o carinho por seus alunos (ô, povinho!). Acho incrível, inclusive, do jeito como ele dá bronca na gente. Mas, principalmente, o admiro por nunca precisar afirmar quem é, porque ele simplesmente é aquilo e pronto.
Quando ele ficou doente, eu quase fiquei doente junto. Fiquei tão preocupada que não deixei ninguém em paz, falando e perguntando sobre. Sabe aquela pessoa que te acalma por simplesmente falar com você? Ele é assim pra mim. E foi por isso que chorei quando ele não estava lá enquanto eu fazia minha prova de matemática, porque jurei que, caso o tivesse visto, não teria ficado tão nervosa e a prova não pareceria tão complicada por conta da minha ansiedade.
Decidi fazer esse texto sobre ele porque quero que ele saiba o quão importante é para mim. Não queria falar só sobre ele, porque tem outros professores que eu também tenho um carinho imenso – alô, profes que me deram aula, vocês mesmos! -, mas não conseguiria fazer um texto geral. Como eu disse, homenagear os professores é algo impossível; nada parece suficiente. As minhas próximas palavras parecem pequenas demais para expressar a gratidão que eu sinto, porém são essas as que se aproximam mais: muito obrigada.
Muito obrigada por tudo que ensinaram a mim e aos meus colegas. E eu não falo apenas do conteúdo que lhes foi incumbido. Agradeço aqui pelas lições de moral, pelos conselhos, pelas piadinhas que melhoraram meu humor quando eu achava que nada mais poderia. Eu amo vocês."

— Aline S. Vieira

Os bons professores estão em todos os lugares, e sempre irão fazer parte da nossa vida, direta ou indiretamente, devem ser sempre admirados e aclamados com todo o fervor.
Feliz dia do professor a essas pessoas maravilhosas, essa homenagem dos membros do Pastel foi feita com todo o amor e carinho e esperamos que gostem muito!



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